De janeiro a agosto, 40 empresas foram responsáveis por 53,9% das exportações brasileiras, uma concentração que preocupa operadores de comércio exterior. Dos US$ 166,713 bilhões exportados no período, US$ 89,863 bilhões vieram de transações feitas por este grupo restrito de empresas, de acordo com números do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Dados da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) dão conta de que no ano, até agosto, a lista completa de exportadores era composta por 17.005 empresas, o que significa dizer que 16.965 responderam pelos 46,1% restantes de todo o produto de exportação brasileiro, o equivalente a US$ 76,849 bilhões.
"Nos últimos anos o Brasil diversificou os mercados para os quais exporta, mas a pauta de exportação se concentrou em um grupo muito pequeno de empresas e, basicamente, sobre apenas quatro produtos", diz José Augusto de Castro, vice-presidente da AEB, referindo-se ao petróleo, minério de ferro, às carnes (bovina e de frango) e à soja. Esta concentração, de acordo com o presidente da Associação Brasileira de Comércio Exterior (Abracex), Primo Roberto Segatto, tem muito a ver com o aumento dos preços das commodities no mercado externo nos últimos anos.
Segatto tem números mais recentes que os do MIDC mostrando que até a terceira semana de setembro as exportações de semimanufaturados no ano cresceram 43% em relação ao mesmo período do ano passado, puxadas por óleo de soja, aço, ouro, couros e peles, açúcar e celulose. Os embarques de produtos primários cresceram 38%, com destaque para fumo em folha, milho em grão, café, carnes de frango e bovina e petróleo. Já os manufaturados, compostos por veículos de passeio, aparelhos e máquinas de terraplenagem, autopeças e polímeros plásticos, cresceram apenas 14%. "Essa concentração é ruim porque desmonta a teoria da pulverização: é melhor, especialmente em momentos de crise, termos muitos que exportam pouco do que poucos que exportam muito", lamenta o presidente da Abracex.
Fonte: NewsComex
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